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quinta-feira, 1 de janeiro de 2015

A estrada não trilhada



Num bosque, em pleno outono, a estrada bifurcou-se,
mas, sendo um só, só um caminho eu tomaria.
Assim, por longo tempo eu ali me detive,
e um deles observei até um longe declive
no qual, dobrando, desaparecia…

Porém tomei o outro, igualmente viável,
e tendo mesmo um atrativo especial,
pois mais ramos possuía e talvez mais capim,
embora, quanto a isso, o caminhar, no fim,
os tivesse marcado por igual.

E ambos, nessa manhã, jaziam recobertos
de folhas que nenhum pisar enegrecera.
O primeiro deixei, oh, para um outro dia!
E, intuindo que um caminho outro caminho gera,
duvidei se algum dia eu voltaria.

Isto eu hei de contar mais tarde, num suspiro,
nalgum tempo ou lugar desta jornada extensa:
a estrada divergiu naquele bosque – e eu
segui pela que mais ínvia me pareceu,
e foi o que fez toda a diferença.



Robert Frost
Tradução do original "The road not taken": Renata Suttana


segunda-feira, 5 de agosto de 2013

Mude


Não faça do hábito um estilo de vida. 
Ame a novidade. 
Tente o novo todo dia. 
O novo lado, o novo método, o novo sabor, o novo jeito, o novo prazer, o novo amor. 
A nova vida. 
Tente! 


Clarice Lispector

terça-feira, 19 de março de 2013

Ser

...sou companhia, mas posso ser solidão, tranqüilidade e inconstância, pedra e coração. 

Abraços, sorrisos, ânimo, bom humor, sarcasmo, preguiça e sono. Música alta e silêncio.

Serei o que você quiser, mas só quando eu quiser.

Serei sempre apego pelo que vale a pena e desapego pelo que não quer valer…


Clarice Lispector

sábado, 16 de março de 2013

Desejos

Todo lo que quiero se me escapa de las manos,
Eso es lo que no quería admitir,
Todo lo que quiero se me escapa de las manos,
Y no sé manejarlo,
Todo lo que quiero se me escapa de las manos,
Eso es lo que no quería admitir,
Todo lo que quiero se me escapa de las manos,
Y no sé manejar lo que empiezo a sentir.


Juliete Venegas
musica: Debajo de mi lengua,

sábado, 27 de outubro de 2012

A M O R T A



O POETA
- Viverei na Ágora .Viverei no social! Libertado!
Um dia se abrirá na praça pública meu abcesso fechado!
Expor-me-ei perante as largas massas…




Oswald de Andrade

sábado, 29 de setembro de 2012

Minas Gerais

Terra das minhas linda mulheres.
Me apaixonaria sem pensar
Por cada terra, por cada serra.
Por cada mistério.


O silêncio dessas moças.
O sorriso tímido e olhar discreto.
O jeito mineiro de ser.
Não há como ser melhor.


Olha o trem,
Vou de trem
Que trem é isso,
Que trem é aquilo


Esse minerês inventado
Copiado do inglês.
Esse povo bonito
Essa família unida.


Terra amada e odiada.
Conquistada e enganada
Sonho de liberdade.
Libertas quae sera tamen


E se fosse falar dos poetas
Dessas terra ...
Me sentira como um acento
Fora do lugar, da letra certa.


Mas posso falar das cidades ...
Das cachoeiras de Ipoema
Da infância em Itabira
Dos bares de BH.


Minas Gerais,
Terra de Tiradentes
De Guimarães Rosa,
Carlos Drummond de Andrade.


Terra do Zé,
Da dona Maria.
Da dona Geralda
Do meu pai, da minha mãe


Minha terra ...
Que nasci falando uai,
Que cresci falando trem
E morro dizendo saudade.


Uai, sô! uai é uai, uai!
Terra do pão de queijo
Do vou ali, vem cá.
Arreda, me espera.

"Oh, Minas Geras. É tão linda e tão misteriosa. Cheia de riquezas e belezas, 
que só um coração mineiro pode apreciar ..."



Welton Fernandes Duarte

quinta-feira, 13 de setembro de 2012

Sexta-feira

No ocaso entre as montanhas
Aos olhos do Papa um belo horizonte
Sob a solidão do céu cinza
Na companhia de pares desconhecidos


Pontos de luz
Vento frio
Fogo fátuo
Maça e Limão


Nos velhos hábitos
de coisas velhas
Visão do largo horizonte
Lembrança do fogo que arde


(Circo de Fogo)


Ocaso da velha ordem!
Criando um novo caminho


Carl H. Dufresne

domingo, 22 de julho de 2012

Partiu para a Revolução



Roído de remorsos
ele olha ao seu redor
Espalhado no sofá
o conteudo do seu paletó


La fora,
o protesto continua
E no frenesi do ciúme
Sua impaciência aumenta


Nem os tiros e alarmes lhe chama a atenção
Apenas o bilhete encontrado,
manchado de lágrimas
Lhe parte o coração


Sem esperanças de te-la
Partiu para Revolução


Carl H. Dufresne

sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Do meu jeito


Eu faço minhas coisas, e você faz as suas.

Eu não estou neste mundo para viver as suas expectativas.

E você não está neste mundo para viver as minhas.

Você é você, e eu sou eu,

E, se por acaso, nós nos encontrarmos, será ótimo.

Se não, nada se pode fazer


Frederick Perls

terça-feira, 27 de setembro de 2011

Saudosa e miserável dor



Não há maior dor
que o recordarmos o tempo feliz
já na miséria.

Dante Alighieri in Divina Comédia: Inferno

sábado, 24 de setembro de 2011

É claro que eu te amo, mas...



É claro que a vida é boa
E a alegria, a única indizível emoção
É claro que te acho linda
Em ti bendigo o amor das coisas simples
É claro que te amo
E tenho tudo para ser feliz

Mas acontece que eu sou triste…


Vinícius de Moraes in Para Viver um Grande Amor .

quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Consolação

Consolação


Não sinto o ar a minha volta
Não, da mesma forma que os desejos à flor da pele.
Consciência do que limita
O limitante da alma

A mão solitária na mesa
Desejosa de atenção
E você limitado ao olhar...

A mudança do espírito solitário
Sem ação
Sem força
Mas desejoso
de não ser aquilo que o detêm

Medo, diante de um olhar
Um olhar que não é para você
A razão que cai diante da percepção

Medo!
Mudanças!
Necessárias...

Corrupção daquilo que acredita
para a sobrevivência do ser.


Carl H. Dufresne

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Um segundo de brisa

Um segundo de brisa




Tudo o que eu queria
Está em um espaço-tempo
tão curto,
tão efêmero, 
tão difícil de se atingir, 
que simplesmente perco a razão
e não sei o que dizer...


E ao olhar para o mar
tão cinza quantos seus olhos
Me lembro das vezes
que me deixei levar
pelos movimentos revoltosos
dos seus lábios


Olhando para o horizonte próximo
tão distante quanto  um toque de mão
Sinto o o futuro
nas sensações do passado, 
em que  o transitório presente
transforme a razão
- em um espaço curto de tempo - 
em emoção



Carl H. Dufresne

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Um segundo de brisa

Um segundo de brisa

Tudo o que eu queria
Está em um espaço-tempo
tão curto
tão efêmero,
tão difícil de se atingir,
que simplesmente perco a razão
e não se o que dizer...

E ao olhar para o mar
tão cinza quanto seus olhos
Me lembro das vezes
que me deixei levar
pelos movimentos revoltosos
dos seus lábios

Olhando para o horizonte próximo
tão distante quanto um toque de mão
Sinto o futuro
nas sensações do passado,
em que o transitório presente
transforme a razão
- em um espaço curto de tempo -
em emoção


segunda-feira, 27 de julho de 2009

Dicionario

Diccionario, no eres
tumba, sepulcro, féretro,
túmulo, mausoléo,
sino presevación,
fuego escondido,
plantación de rubies,
perpetuidade vivente
de la esencia
granero del idioma


Pablo Neruda, "Oda al Diccionario"

quarta-feira, 3 de junho de 2009

Ecos de um corpo em fragmento

Ecos de um corpo em fragmento


Vento que sopram lejos
trazendo o cheiro doce do sangue
do corpo em agonia

Sorriso quebrado
como os cacos do espelho
em que você se mirou um dia

Tiros pelo ar!
Ecos na cidade...
(...) Do sangue derramado no asfalto
pelas crianças famintas

Lágrimas lavadas na ironia
de um destino incerto
Enquanto a chuva cai
levando os ecos do corpo em agonia

Os dias passam,
e seus passos são vacilantes.
"- Nós que estamos prestes à morrer, o saudamos!"


Carl H. Dufresne

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

Único

Único

Simplesmente fazer acontecer

Sensações inexploradas pelo corpo
Provocando múltiplos sentimentos
nunca sentidos
Explosão!

O vento sopra,
sussurrando palavras repetidas
Marcadas na alma
Como a tatuagem
feita pelo fogo prímeo
Impulso inicial para algo
nunca antes feito

E o meu coração se alegra
Na liberdade de ser
e estar

Satisfação!


Carl H. Dufresne

terça-feira, 13 de janeiro de 2009

Fogo-Fátuo


Fogo-Fátuo

Cabelos brancos! dai-me, enfim, a calma
A esta tortura de homem e de artista:
Desdém pelo que encerra a minha palma,
E ambição pelo mais que não exista;

Esta febre, que o espírito me encalma
E logo me enregela; esta conquista
De idéias, ao nascer, morrendo na alma,
De mundos, ao raiar, murchando à vista:

Esta melancolia sem remédio,
Saudade sem razão, louca esperança
Ardendo em choros e findando em tédio;

Esta ansiedade absurda, esta corrida
Para fugir o que o meu sonho alcança,
Para querer o que não há na vida!



Olavo Bilac

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

Do amor que não tive

Do amor que não tive


Paro na esquina
e vejo teu nome pintado no muro
Mais um das declarações de amor que não fiz

O vento sopra trazendo seu cheiro,
o doce aroma que nunca senti
Enquanto a mente busca
lembranças dos anos que não passamos juntos

Todos os momentos felizes que não tivemos
Estão guardados no peito
prestes à explodir com as emoções que não senti

Das vezes que não te vi sorrir
foi como ser iluminado pelo mais belo dos sóis
E das vezes que você nunca me olhou
me senti o mais feliz dos seres que jamais viveu

A sensação dos teus lábios que nunca tocaram os meus...
O frescor da tua pele que nunca roçou a minha...
E o calor do teu corpo que nunca me aqueceu...
Estão gravados no meu corpo
como as tatuagens que ainda não fiz

Fatos tão concretos
como a brisa que me acalenta
nas noites nostálgicas
dos dias que ainda vou te encontrar



Carl H. Dufresne
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