quarta-feira, 12 de novembro de 2008

Do amor que não tive

Do amor que não tive


Paro na esquina
e vejo teu nome pintado no muro
Mais um das declarações de amor que não fiz

O vento sopra trazendo seu cheiro,
o doce aroma que nunca senti
Enquanto a mente busca
lembranças dos anos que não passamos juntos

Todos os momentos felizes que não tivemos
Estão guardados no peito
prestes à explodir com as emoções que não senti

Das vezes que não te vi sorrir
foi como ser iluminado pelo mais belo dos sóis
E das vezes que você nunca me olhou
me senti o mais feliz dos seres que jamais viveu

A sensação dos teus lábios que nunca tocaram os meus...
O frescor da tua pele que nunca roçou a minha...
E o calor do teu corpo que nunca me aqueceu...
Estão gravados no meu corpo
como as tatuagens que ainda não fiz

Fatos tão concretos
como a brisa que me acalenta
nas noites nostálgicas
dos dias que ainda vou te encontrar



Carl H. Dufresne

sábado, 8 de novembro de 2008

E ainda sim triste

"Verifico que, tantas vezes alegre, tantas vezes contente, estou sempre triste"

Fernando Pessoa

terça-feira, 4 de novembro de 2008

Há 760 dias

(texto escrito em 04 de outubro de 2006)


As bases de madeira estão úmidas das lagrimas que nunca chorei. Estão podres. E os muros começam a ruir... nunca pensei em chegar nesse ponto... tantas defesas, todo o teatro. Situações preparadas... que suporto de maneira míope, com a intenção de enganar os outros, mas não conseguindo enganar nem a mim mesmo...

O medo de tentar. Errar por medo de errar. Todo a ignorância de uma existência medíocre, hoje começa a me derrubar. E agora que começo a levantar (após tanto tombos) mais alto – e com um pouco mais de força – caio! Vejo o chão se aproximar e, antes de cair já tomei a minha decisão: Reerguer os MUROS mais alto e mais forte! Não importa os argumentos. Não importa as pessoas. Não importa nem a mim mesmo ou mesmo meu coração... Os argumentos de antes, já perderam a validade... serão de novo “reeditados”, não importa o quanto doa, não importa o numero de falácias que terei que sustentar, não importa mais nada...

Cansei de mim mesmo! Agora não tenho mais forças para me levantar. E por isso ergo esse novo muro. Sei o quanto isso pode afetar negativamente. Sei o quanto aqueles (poucos) que gostam de mim serão afetados... mas ainda assim nada importa...

Meus ombros cansados já não agüentam mais esse fardo carregado com meus erros... Cansei! Não vale a pena. Por que nunca venço? Por que nunca consigo aproveitar uma oportunidade? Por que deixo asa oportunidades passarem por mim sem nunca fazer nada? Por que nunca sou feliz?

Se a felicidade não me acompanha, chegou o momento de parar a busca. Se ela sempre se afasta quando tento me aproximar, minha muralha não irá haver portas ou janelas por onde ela possa entrar.

Cansei de procurar o fogo e ser obrigado a me contentar com faíscas. Eperança, felicidade, amor são tudo sonhos de uma outra vida que espero ter ficado para trás... já que não tenho coragem de deixar para trás algo maior...

O futuro não existe, pelo para mim.

O presente acabou, e isso agora vejo com clareza.

E o passado são magoas e sofrimentos que me acompanham até hoje, quando pela ùltima vez tentei me levantar.

Não irei rastejar, mas também não sairei do lugar. Chega de tombos. Está na hora de transformar a dor que tanto me atrapalhou em companheira, fria e leal. Nada importa mais...

“Estou morrendo e ninguém vê”. Quanto tempo escrevi isso e ninguém entendeu... agora talvez já seja tarde – estou morto! E tudo isso se tornara apenas mais um espectro – que mesmo não conseguindo exorcizá-lo será uma das bases desse meu novo muro.

Não quero entender. Tão pouco quero viver. Mas como não tenho escolha, sub-existirei. Sem sonhos. Apenas mais um nesse mundo que nunca me deu nada (aqui peço desculpas há aqueles que me amam, amigos, se è que existem mesmo).

Uma vez eu disse que era um vírus a contaminar aqueles que amo, mas hoje vejo que esse vírus, a única coisa que fez, foi me corroer e, hoje resta apenas este caco de gente.

Não quero que leiam isso. Mas para aqueles que lerem: não tentem entender o que nem eu mesmo consegui...

Ah, posso escrever muito mais, não sei se continuo, se paro por aqui, para variar tanto faz....

Amanhã irei fazer aquilo que já deveria ter feito há semanas – mesmo sabendo que já é tarde para isso, e que isso é um dos vários motivos para essas linhas. Sei que não posso conviver com isso ou com a lembrança de não ter feito... e talvez as conseqüências disso sejam desastrosas... mas nada pode ser pior do ter um coração no estado do meu.... então o que acontecer depois de que já estiver feito amanhã, não será nada pior do que já é. NOTA: não tenho esperança de que de certo.

Por que de tudo isso? Uma pedra deve ser mais feliz que eu!... Para que nascer? Para que viver? Não há sentido! Não consigo mais...

Mas desta vez, nesse novo muro e volta de mim e de meu coração, nada irá me atingir... e farei por onde para que isso ocorra. Se já não consigo chorar, tá na hora de eliminar qualquer emoção desse tipo.

Coração de pedra! Coração de gelo! Sem emoções! Nunca compreendi tão bem essas questões ate agora.

Já não consigo ter pena de mim. Essas indecisões, essas fraquezas, tudo isso tem que acabar! Meus demônios que sempre me atormentam, já passou da hora de se tornarem meus aliados. Tudo isso por amor? Felicidade? Isso tudo para mim agora são apenas ilusões de alguém que não vive mais – eu!

E se um dia ela (e quase ninguém vai entender) ler isso; não quero que se sinta culpada. Afinal, ela só foi o ultimo rastiro da pólvora para a bomba que se formara em mim, e há muito tempo. (antes mesmo dela aparecer).

Chega de decepções e de derrotas. Isso não é uma carta de suicídio e nem um discurso de mudança de positivista em minha vida; mas é tudo aquilo que fui , sou e serei – apenas: nada! (04/10/06 – 1:30 da madrugada)

P.S.1: O que esta escrito acima só faz sentido para mim. Aos olhos do mundo nada disso faz sentido... como dizia aquela canção: “nada disso é tudo e tudo isso é fundamental”...(04/10/06 – 09:30)P.S.2: Quero deixar bem claro algo: ela não é culpada de nada, pois não existe a possibilidade da pessoa que se ama nos fazer mal. (04/10/06 – 15:25)


(post completo no Blog Variação do Mesmo Tema)
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